Da Agência Ambiente Energia O Grantham Institute do Imperial College de Londres e a Carbon Tracker Initiative lançaram um estudo intitulado “Espere o inesperado: o poder disruptivo da tecnologia de baixa emissão de carbono”. O documento afirma que o uso de veículos elétricos e energia solar poderão impedir o crescimento do carvão e do petróleo.

“Veículos elétricos e energia solar são game-changers que a indústria de combustíveis fósseis sempre subestima. Novas inovações podem fazer com que nossos cenários pareçam conservadores daqui a cinco anos. Neste caso, o erro na previsão da demanda por parte das empresas será ainda maior”, alertou Luke Sussams, pesquisador sênior da Carbon Tracker.

Segundo o relatório somente o crescimento em veículos elétricos (EVs) pode fazer com que 2 milhões de barris de petróleo por dia (mbd) deixem de ser usados até 2025. Ele constata que grandes empresas de energia estão subestimando seriamente os avanços das fontes de baixas emissões de carbono por ainda usarem uma abordagem do tipo “business-as-usual” (BAU), e adverte que a desvalorização dos ativos baseados em combustíveis fósseis é bastante provável à medida que a transição para energias com baixa emissão de carbono se acelera.

Para os pesquisadores responsáveis pelo estudo, os setores da energia e do transporte rodoviário representam cerca de metade do consumo de combustíveis fósseis, portanto o crescimento da energia solar fotovoltaica (PV) e dos veículos elétricos pode ter um impacto significativo na demanda.

O relatório aconselha que a partir de agora, os cenários devam aplicar, no mínimo, as últimas projeções de redução de custos para a energia fotovoltaica solar e para os veículos elétricos, juntamente com os compromissos de emissões assumidos pelas nações em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) no âmbito do Acordo Climático de Paris, para refletir o estado atual da transição para uma economia de baixo carbono.

Além disso, o documento também destaca que a energia fotovoltaica solar poderia fornecer 23% da geração de energia global em 2040 e 29% até 2050, eliminando totalmente o carvão e deixando o gás natural com apenas 1% de participação de mercado; os veículos elétricos poderiam representar um terço do mercado de transporte rodoviário até 2035, mais da metade do mercado em 2040 e mais de dois terços de participação de mercado até 2050; a demanda por carvão poderia atingir o pico em 2020 e cair para metade dos níveis de 2012 até 2050. A demanda de petróleo poderia ser estável de 2020 para 2030 e, em seguida, cair de forma constante até 2050. De acordo com esse cenário, o estudo avalia que o aquecimento global seria limitado a 2,4° C a 2,7° C em 2100 (probabilidades de 50% e 66%).

Para o futuro

As previsões do estudo assumem que os veículos elétricos serão mais baratos que os convencionais a partir de 2020. Com o crescimento adicional em carros de hidrogênio e híbridos de petróleo / elétrico, os modelos convencionais poderiam representar menos da metade do mercado. Em 2050, os veículos elétricos podem vir a representar 1,7 bilhão (69% do mercado), enquanto os convencionais modelos de combustão interna responderão por apenas 12%.

Além disso, os dados apontam que se a resposta internacional às mudanças climáticas for mais forte do que os compromissos nacionalmente determinados, então as tendências de mercado em energia fotovoltaica solar e carros elétricos poderiam ajudar a limitar o aquecimento global de 2,2° C a 2,4° C (probabilidades de 50% e 66%) até 2100.

Clique aqui e acesse o relatório (em inglês).

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