Fontes eólica e solar serão as mais baratas no G20 até 2030, de acordo com estudo do Greenpeace – Alemanha
A cúpula do G20 nesse fim de semana em Hamburgo trouxe à tona discussões ligadas ao meio ambiente. Em meio a uma série de relatórios sobre as nações do G20 sobre a lenta transição para uma realidade de baixo-carbono, um estudo que examinou a geração de eletricidade nos países do bloco entre 2015 e 2030 fortalece a posição de “manter a temperatura bem abaixo dos 2ºC”.
O estudo realizado pela Universidade de Tecnologia Lappeenranta, na Finlândia, descobre que em muitos países do G20, os custos das energias renováveis são competitivos com os preços da rede elétrica local, e, até 2030, esses custos serão bem menores que os das fontes convencionais em todos os países do bloco. As observações têm fundamento: ano passado, o nível médio de custo da geração solar caiu 17%, os custos de energia eólica onshore caíram 18% e os da eólica offshore caíram 28%. Os dados são de relatório encomendado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Bloomberg New Energy Finance (BNEF).
O estudo da universidade, chamado “Comparando a Produção de Eletricidade de Energias Renováveis com Energia de Usinas Térmicas e Nucleares em Países do G20”, indica que, embora nos últimos anos a fonte eólica tenha sido a renovável preferida em grande parte da Europa, Brasil, Argentina, EUA, China e Austrália, a energia solar está no caminho para se tornar a forma mais barata de se gerar energia até 2030. A energia solar fotovoltaica centralizada mostra os menores valores.
O panorama da fonte solar
Esta tendência já foi detectada em países asiáticos, como a Indonésia e a Índia, que ainda estão desenvolvendo suas redes para alcançar toda a população. De acordo com o estudo, nesses países, a energia solar é mais barata para geração de eletricidade do que o carvão. No ano passado, pela primeira vez, houve mais gigawatts de energia solar adicionados no mundo do que todas as outras tecnologias de geração.
Na análise geral do estudo, a capacidade de energia solar nos países do G20 está por volta de 282 GW, enquanto no resto do mundo o valor é de 308 GW. Ainda que no início o foco tenha sido a energia solar térmica, nos últimos anos a tecnologia fotovoltaica ultrapassou todas as outras tecnologias solares e agora é considerada a mais atraente.
O estudo conclui que as usinas de energia solar fotovoltaica representam o menor custo nivelado de energia (ou LCOE em inglês, o custo esperado ao longo da vida de uma usina, incluindo construção, financiamento, combustível, manutenção, impostos, seguros, incentivos e inflação). A exceção fica com o norte da Europa, onde o combo solar fotovoltaica + baterias de armazenamento será plenamente viável antes que em outras partes do mundo.
“Não podem existir mais desculpas. À medida que as energias renováveis se tornam mais baratas que o carvão e nuclear, a proteção climática faz cada vez mais sentido econômico em todo o bloco do G20”, disse o especialista em energia do Greenpeace Alemanha, Tobias Austrup.
“Qualquer país do G20 que ainda esteja investindo em usinas de carvão e energia nuclear está desperdiçando o seu dinheiro em tecnologia que não será competitiva nos próximos anos”
Tobias Austrup
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