As más condições hidrológicas dos últimos anos trouxeram um resultado negativo para a geração de energia pelas hidrelétricas. O desempenho afeta o cenário energético como um todo. A queda na oferta de energia resultou na necessidade de acionar as termoelétricas, encarecendo a conta de luz. Além de pesar o bolso do consumidor, a crise hídrica traz à discussão possíveis apagões e a capacidade de gerenciamento.

O cenário abre caminho para a busca por fontes alternativas de geração de energia. As secas comprovam como o sistema elétrico brasileiro ainda é vulnerável e mostram a diversidade como a melhor opção. Uma das estratégias propostas pelo governo para melhorar a diversificação da matriz elétrica brasileira são os leilões de energia.

O que são os leilões?

A Associação de Distribuidores de Energia Elétrica define os leilões como “um processo licitatório onde uma concorrência é promovida pelo poder público com vistas a se obter energia elétrica em um prazo futuro (pré-determinado nos termos de um edital), seja pela construção de novas usinas de geração elétrica, linhas de transmissão até os centros consumidores ou mesmo a energia que é gerada em usinas em funcionamento e com seus investimentos já pagos, conhecida no setor como ‘energia velha’.”

A energia solar fotovoltaica participa do Leilão de Energia de Reserva (LER), que tem como objetivo aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica. Ao contratar um volume de energia além da demanda do país, o LER evita problemas no abastecimento. Alguns dos riscos que podem desequilibrar a relação entre oferta e demanda são atrasos de obras, más condições hidrológicas e falta de usinas geradoras.

Os contratos nesse caso são firmados entre o vendedor e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e têm período de 20 anos!

O impasse de 2016 para o Leilão de Energia de Reserva

O último LER agendado, que seria em Dezembro de 2016, foi cancelado. Com o imprevisto, muito do potencial fotovoltaico previsto para os próximos anos ficou na espera de uma nova oportunidade. No início de 2017, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) entregou um estudo à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que afirma que o país precisará de energia de reserva a partir desse ano.

Em notícia publicada em Fevereiro pelo CanalEnergia, uma das autoras do estudo aponta que o sistema brasileiro sofreu um déficit de 8,7 mil megawatts de energia prevista para ser produzida por usinas, devido ao clima de 2016. O volume equivale a cerca de 13% do consumo total de energia do país no ano passado.

No intuito de evitar o risco de abastecimento nos próximos anos, o governo deve realizar mais três leilões de energia ainda em 2017, sendo um deles o de energia de reserva. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, explicou que as motivações de um Leilão de Energia de Reserva para esse ano são a demanda energética, a necessidade de prosseguir diversificando a matriz e a política industrial.

Política industrial?

Os leilões funcionam como grandes incentivadores da cadeia de produção ligada à fonte, como é o caso da eólica e a solar. A participação da energia eólica em LERs desde 2009 resultou em uma fonte competitiva com suas fontes rivais. Com projetos contratados, o Brasil pode se tornar um dos principais mercados da energia solar fotovoltaica no mundo e atrair investidores internacionais, além de ser a fonte que, proporcionalmente, mais gera empregos por MW instalado. O investimento em energia solar fotovoltaica hoje é um bom investimento a longo prazo.

Em entrevista a jornalistas, o secretário concluiu: “A conversa toda foi de que a crise é hoje, mas os investimentos são para 20 anos”.

 

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Retângulo amarelo com um badge na porção direita. Ele é como uma medalha que tem como pin o planeta Terra. O laço é roxo e laranja. Na porção esquerda, o texto Em solenidade, Brasil promulga o Acordo de Paris. Link no post de leilão de energia de reserva.

Brasil promulga o Acordo de Paris

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